Vamos falar sobre representatividade?

Vamos falar sobre representatividade?


Primeiro gostaria de lembrar um pouco da nossa infância e como nós fomos apresentados a um padrão idealizado de beleza.


Minha maior referência de sucesso infantil estava na figura de uma mulher loira magra e de olhos azuis.


A Xuxa!!!


Nos anos 80 era sonho de toda menina ser a paquita da Xuxa , vocês lembram?


Só que para ser Paquita era necessário ter um tipo de beleza


Vamos falar sobre representatividade?
 Foto Revista Bazar Kids

Lembro-me bem  de ver as grandes filas que se formavam com meninas que tinham que ter o mesmo tipo de beleza da apresentadora.


Todas elas aguardando um espaço para fazer parte do show.


As outras sequer chegavam a cogitar participar, pois "não eram belas".


Elas ficavam por assim dizer torcendo para que a mais "bela" fosse escolhida.


E beleza não tinha que ver com o que elas eram e sim com aquele modelo padronizado pela mídia


Recentemente a rainha dos baixinhos falou sobre essa questão e porque apenas meninas brancas loiras de olhos azuis eram escolhidas.


"Naquela época, elas seguiam uma beleza que foi imposta. Era uma coisa que eu não queria. Quando elas vinham com os cabelos pretos ou castanhos, eu pedia muito que não mudassem a cor. E elas acabavam fazendo isso porque viam que tinha mais espaço para as meninas loiras", diz Xuxa.

Era como se fosse a boneca Barbie. Não tinha boneca Barbie morena ou negra na época. Só tinha loira. Não é legal colocar isso só no meu colo. "Antes de falar de Paquita, deveria falar de todas as princesas, não tinha nenhuma princesa negra. 

Não é legal as pessoas colocarem a culpa no meu colo de que 'a Xuxa só tinha paquita loira'. Não, a Xuxa só tinha o que era imposto para crianças como uma coisa normal e natural.

REPRODUÇÃO PORTAL UOL


Então, era normal padronizar, era normal invisibilizar crianças negras, albinas, com vitiligo, etc


-CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE- Naquele tempo ERA NORMAL E NATURAL apresentar a beleza branca, loira e de olhos azuis como a ideal.


Ainda bem que os tempos mudam e a percepção de belo também e  a imposição midiática igualmente.


Hoje nós buscamos representatividade para as nossas crianças seja nos programas infantis, nos desenhos, animações ou mesmo nas capas de revistas


Nesta semana a pequena Titi,  filha do Bruno Gagliasso fez seu primeiro ensaio fotográfico.


Aos sete anos de idade ela pousou lindamente e muitas crianças negras se viram representadas em uma capa de revista.


As fotos viralizaram nas redes sociais e muitas de nós pode depois de mais de 30 anos perceber que para ser bonita não precisa ser loira de olhos azuis.


Minha criança interior saltou de alegria!


Isso é algo que não pode passar despercebido pela classe de professores.


É PRECISO FALAR SOBRE REPRESENTATIVIDADE


E entender que quando se pensa em trabalhar campos de experiência -BNCC existem objetivos que falam sobre sobre criar uma imagem positiva sobre si mesmo valorizando as características dos seus corpos.


E lutar para alcançar estes objetivos faz parte dos que fazeres pedagógicos na Educação Infantil


 É preciso que todas e eu quero frisar a palavra TODAS as crianças sejam igualmente representadas nos livros, nas histórias, nas animações, nos programas de TV, nas novelas, nas revistas e etc


É preciso que vejamos pessoas parecidas conosco tendo suas belezas  evidenciadas para assim compreendermos que o conceito de belo vai muito além do que se padroniza em determinada mídia em determinado tempo.


Os tempos mudam e que bom que mudam , né?


Fiquei radiante com fato de uma menina negra estar em destaque porque  nesses 38 anos de vida pouco vi este tipo de representatividade.


O mundo muda a medida que os nossos olhares  MUDAM.


E é preciso continuar educando nosso olhar para que entenda que a beleza é diversa assim como o mundo 


E é lindo participar desse momento da história em que mulheres de todas as cores , de todos os brilhos e de todas as formas passam a ser representadas.



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